Ciro erra, erra muito, erra feio ao não apoiar a resistência democrática.
Mais, Ciro deveria estar na liderança do processo, denunciando o golpe, denunciando o arbítrio de uma justiça seletiva e política e defendendo o retorno da democracia e de um projeto nacional democrático, popular e soberano.
Ciro tem história e estatura para isso.
Mas Ciro é livre para escolher o seu caminho. E prefere, nesses últimos tempos, ficar entre afagos frágeis misturado a um intencional tom anti-petista, enquanto faz acenos para a mídia e o 'mercado'.
Na prática, Ciro abandona a luta anti-golpista na medida em que legitima a Lava Jato e não denuncia sua aliança com os empresários da mídia hegemônica.
Já escrevemos aqui que Ciro busca caminhar pelo meio em um momento de polarização. Mas isso não é possível em um momento de esgarçamento democrático que Ciro parece fingir que não vê.
É caso de se perguntar: há dois anos, quando da ilegal condução coercitiva de Lula ordenada pelo verdugo de Curitiba, Ciro dizia querer sequestrar Lula e entregá-lo em uma embaixada para livrá-lo do cárcere; e agora, quando um pedido de prisão ilegal acontece, Ciro vira o rosto ou acusa Lula de fazer chicana jurídica?
É uma grande mudança de rumo, proposital.
Mas provavelmente isso só vai levar o Cirão da massa ao isolamento em um momento onde a história exige que se tome um lado.
Triste.
Ricardo Jimenez
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