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domingo, 9 de julho de 2017

Após 11 anos, Mutirão da Lagoa do Saibro pode conquistar a vitória!


Reportagem Tribuna
Após letargia de alguns meses, a Prefeitura de Ribei­rão Preto corre contra o tempo para não perder uma verba de R$ 243,75 mil liberada pelo Ministério do Turismo (MTur) para ser investida no Parque Ecológico Guarani, mais co­nhecido como Parque da La­goa do Saibro, no Jardim Par­que dos Lagos, na Zona Leste, em área de afloramento do aquífero Guarani.

A verba já teve inclusive a nota de empenho emitida, em 20 de maio do ano passado. Em 15 de dezembro, a então prefeita in­terina Gláucia Berenice (PSDB) assinou contrato com o MTur prevendo o repasse do dinheiro por meio da Caixa Econômi­ca Federal. São, no total, R$ 250 mil – R$ 243,75 mil do governo federal e apenas R$ 6,25 mil de contrapartida da Prefeitura.
O contato estipula o prazo de oito meses (vence em 15 de agosto próximo) para que a ad­ministração municipal apresente o plano de trabalho, informando como será investido o dinheiro. Aí começou a dor de cabeça para os integrantes do “Mutirão da Lagoa do Saibro”, grupo formado por moradores voluntários que há cinco anos se mobiliza pela implantação do parque – nesse período, por conta própria, essas pessoas instalaram placas, ban­cos, lixeiras e roçaram o mato no entorno da área várias vezes.
A bióloga e educadora am­biental Juliana Assumpção Her­nandes, membro do mutirão e também da Associação Ecoló­gica Pau-Brasil, conta que logo após a assinatura do contrato, em dezembro, a Secretaria Mu­nicipal de Planejamento e Ges­tão Pública designou um técnico para elaborar o plano de trabalho. “Já estava 80% pronto, faltando pouco, quando o técnico foi re­manejado, e não transferiram a atribuição para nenhum outro. Ou seja, o plano parou”, informa.
Ela diz que nos últimos meses fez cinco ofícios e esteve em cinco diferentes secretarias (algumas mais de uma vez) na tentativa de mostrar aos ad­ministradores que uma verba de R$ 250 mil está prestes a ser perdida. Na última quinta­-feira, 6 de julho, a convite do vereador Marcos Papa (Rede), a bióloga esteve na Câmara e denunciou o descaso na tribu­na do Legislativo.
Na manhã de sexta-feira (7), o Tribuna contatou a Coorde­nadoria de Comunicação So­cial (CCS) da Prefeitura, ques­tionando por quê a elaboração do plano está paralisada. Algu­mas horas depois, foi anunciada a realização de uma reunião, na tarde deste sábado (8), na Lagoa do Saibro, com as presenças de Marcos Papa e Maurício de Vila Abranches (PTB) e do secretá­rio municipal de Planejamento, Ruy Salgado. Ou seja, graças ao alerta do “Mutirão da Lagoa do Saibro”, provavelmente a Pre­feitura conseguirá concluir o plano de trabalho até o prazo estipulado.
O Parque Ecológico Gua­rani (Lagoa do Saibro) foi cria­do pela lei municipal 10.921, de 13 de setembro de 2006. Tem aproximadamente 75 mil metros quadrados e fica entre a avenida Henry Nestlé, rua “B”, rua Leonardo Gonçalves e alameda “C”, no Parque dos Lagos. A lei prevê o fechamen­to do parque com alambrados, a implantação de uma pista de caminhada, a construção de sanitários e de um centro de educação ambiental e o moni­toramento pela Guarda Civil Municipal.
Integrantes do mutirão, porém, sabem que os R$ 250 mil não serão suficientes se­quer para cercar a área com um alambrado. “Mas em uma época como a atual, em que a Prefeitura vive crise financeira, não podemos perder esse re­curso, será fundamental para iniciarmos o processo de im­plantação do parque ecológico”, destaca Juliana Hernandez.
A lagoa é área de recarga do Aquífero Guarani, reservatório subterrâneo de água com 1,2 milhão de quilômetros quadra­dos de extensão e que se esten­de por sete estados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o manancial – todo o abastecimento da população é feito via poços artesianos –, segundo o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), o reservatório sofre rebaixamento de um metro de profundidade por ano e, nas últimas décadas, o nível da re­serva caiu 72 metros.

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