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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Em tempo de golpismo, já temos o candidato a ditador?

Nos tempos de golpismo, onde as instituições deixam de cumprir seu papel constitucional para 'fazer política', as saídas constitucionais se tornam instrumento de perpetuação do golpe.


Isso porque a eleição indireta para Presidente em 2017, caso Temer caia, é constitucional. Mas diante do quadro que se armou desde o golpe do impeachment sem provas e da atuação do STF como chancelador do golpe, essa ferramenta constitucional se torna, sim, parte da continuação do golpe diante do estrondoso fracasso de Temer à frente da Presidência.

A derrocada do desgoverno Temer/PSDB, seja na condução da economia, seja destruído pela delação da Odebrecht, abre caminho para o que se chama de 'solução Jobim'.

Ex-Ministro de FHC, Lula e Dilma, Jobim seria o homem a governar em meio à maior crise política e econômica do Brasil pós-Constituição de 1988, o homem a 'unir as forças políticas no trabalho de reconstrução do equilíbrio entre as instituições'.

Jobim, segundo o blog do Fernando Rodrigues, fumou charutos com Temer no último dia 6 e está em plena campanha eleitoral no Congresso.

A solução Jobim é a saída das elites para endurecer o sistema até 2018.

Junta-se o congelamento de gastos aprovado na PEC 55 com uma reforma da Previdência que acaba com as aposentadorias e com os benefícios de prestação continuada, mistura-se ao desemprego de 12%, salpica-se com a não correção do mínimo e tempera-se com uma recessão que se prolongará por 2017.

Não é preciso ser mestre em análise política para ver que o país tende a explodir nos próximos dois anos.

A saída mais democrática seria eleições diretas.

Mas eleições diretas exige mudança constitucional e há o risco de vitória da esquerda, com Lula ou Ciro.

A Globo já se colocou contra.

Sobra a saída 'constitucional' da eleição indireta no Congresso. A 'solução Jobim'.

Novamente sem o voto popular, uma figura vinda do Congresso, das negociatas políticas, com maior competência e menos rabo preso do que Temer, seria o 'ditador' do país até 2018.

Nesse cenário, qual seria o futuro da Lava Jato? Qual seria o papel do STF?

Não sei, mas suponho que a Lava Jato tenderia a acabar e seus messiânicos promotores colocados na geladeira, junto com sua meia dúzia de coxinhas de verde e amarelo, e o STF continuaria a fazer o papel de hoje, endossar o golpe.

Mas há uma certeza: o governo Jobim seria ainda mais forte para aplicar o 'ajuste' nas costas do trabalhador, juntos com as borrachada da polícia, em nome da 'lei e da ordem'.

Ricardo Jimenez

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