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terça-feira, 21 de junho de 2016

Vender o Brasil sem metáforas. É vender “o terreno”, mesmo, aos gringos

POR  · 20/06/2016 - tijolaço 
Quando você ler matérias como esta “Governo quer vender terras para estrangeiros”, em que o Estadão anuncia que o Ministro da Agricultura Blairo Maggi vai propor mudanças na legislação fundiária não fique pensando que há no Brasil algum tipo de xenofobia, que impede empreendedores estrangeiros ou mesmo simples investidores de apostarem no potencial agrícola do país.

Não há, tanto que um cidadão ou uma empresa estrangeira, numa definição simplificada, pode comprar até 10% do território de cada município. Nas áreas remotas do interior, onde os municípios são imensos, 10% da área significa que podem ter propriedade de milhões – é isso mesmo, milhões – de quilômetros quadrados.

Aumentar isso – ou pior, eliminar qualquer limite, como sugere Maggi,  significa permitir a criação verdadeiros enclaves estrangeiros em território nacional.

E ninguém pense que será para plantar inocentes pés de soja ou cana de açúcar que vão avançar sobre a terra – terra física, mesmo – do país. Qualquer criança sabe que o sensoriamento remoto, por satélite, há muito permite a identificação, sem cavar uma pá de terra, de jazidas minerais de grande porte.

Temos dezenas de municípios muito maiores que países inteiros da Europa, como a Bélgica.

E é bom também não achar que os gringos vão chegar para ajudar as áreas miseráveis do Nordeste a desenvolver a produção agropecuária.

O que querem – e em boa parte já têm, como você vê no gráfico ao lado, que não inclui, claro, os imigrantes que vieram para cá para trabalhar, mas só os “investidores” – são as áreas mais produtivas  do Sudeste, Sul e Centro Oeste, aquelas onde o nosso “agronegócio” não tem um pingo de dificuldade em competir no mercado mundial.


Mas que, no fundo, como acontece com a elite empresarial brasileira, pensa sempre em “transformar em dinheiro”, por a os juros obscenos do país e ficar deitando falação de que o povo brasileiro, sem terra e apoio para plantar ou fixar seus filhos á terra, não gosta de trabalhar.

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