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quarta-feira, 16 de março de 2016

Ribeirão, eleições 2016: Merendaço, silêncios, chororô precoce e marcha coxinha!


Chegamos ao mês de março do ano eleitoral de 2016. Como havíamos prometido, aí vai o artigo mensal do balanço das movimentações políticas em Ribeirão Preto.

De fevereiro para cá, o merendaço explodiu no colo do pré-candidato tucano Duarte Nogueira. Os estragos das denúncias preliminares da operação Alba Branca da Polícia Civil de São Paulo obrigaram o pré-candidato a ir da empolgação na entrevista se lançando a Prefeito no Jornal A Cidade ao constrangedor silêncio e sutil distanciamento da cidade.

Bom para Welson Gasparini, que mesmo sem assinar o pedido de CPI da merenda, passeou livre e sorridente na passeata do último domingo sem ser incomodado, enquanto seu adversário interno era destaque em uma faixa no evento, como se vê acima.

Tempo de debate no ninho tucano.

O PSDB corre o risco de perder sua boa avaliação entre aqueles que participam das manifestações coxinhas em Ribeirão Preto. O que é grave, porque Ribeirão Preto é uma das cidades onde as manifestações são mais fortes. Por aqui, estar bem com o discurso anti-petista é sinal de voto, principalmente na classe média.

Se posicionar contra o processo de impeachment e pela legalidade do mandato de Dilma ou defender Lula contra as arbitrariedades da Lava Jato é uma posição de risco na Ribeirão Preto atual. Exatamente por isso, por aqui, do vereador comunista André ao juiz socialista Gandini, quase todos apoiam as manifestações com direito a campanha em rede social e tudo.

Por falar em silêncios, não passou despercebido o silêncio do pré-candidato Ricardo Silva a respeito do imbróglio que envolveu a condução coercitiva de Lula pela força tarefa da Operação Lava Jato e a própria problemática envolvendo o processo de impeachment que partidos de oposição junto com Eduardo Cunha e a mídia movem contra a Presidente Dilma Roussef.

O PDT nacional, no final de janeiro, e através do pré-candidato Ciro Gomes e do seu Presidente Carlos Lupi, se colocou claramente contra o impeachment de Dilma. Como isso se refletiu no PDT local este blog não sabe. Possivelmente ele tenha feito o contrário, se colocando a favor das manifestações pró-impeachment e 'contra a corrupção', mas não sei, apenas imagino.

Para Ricardo Silva, líder das pesquisas preliminares, a situação é ainda mais complicada do que para os outros. O vereador busca tanto se equilibrar dentro da onda conservadora que assola a cidade quanto se distanciar ao máximo do apoio dado a Dárcy Vera na eleição de 2012.

Nesta questão, o pré-candidato do PDT fez até um chororô precoce nas redes sociais recentemente se defendendo de uma foto que girou pela rede mostrando ele ao lado de Dárcy, dizendo-se perseguido por estar liderando as preferências de voto. No que tem razão, mas que se acostume, pois posicionamentos serão cobrados o tempo todo e vão exigir respostas.

Surpreendeu os tucanos na última manifestação as faixas criticando tanto o PT quanto o PSDB. Petrolão e Merendaço surgiram. Certamente há pré-candidaturas que buscarão surfar nessa 'terceira via', se distanciando tanto de um quanto de outro, dentro da lógica do discurso moralista que domina o país e pelo fato de petistas e tucanos polarizarem há muitos anos o debate político agora radicalizado.

Nesse caminho virá o próprio Ricardo Silva, o PSOL, que ainda não decidiu candidatura e enfrenta forte debate interno, e o PTB, que acena com a pré-candidatura do jornalista Rodrigo Camargo.

Debate interno também movimenta o PC do B, que sofre um assédio sobre o seu vereador e pode enfrentar dificuldades em montar sua chapa de vereadores. Além disso, há também o debate se o partido lançará candidatura própria, o sindicalista Wagner Rodrigues, ou apoiará algum candidato de outro partido. PDT e PT sondam os comunistas.

Já o PT, que terá candidatura própria e não será a de Palocci, busca definir o nome através de uma prévia interna enquanto já adianta a formulação do seu programa de governo, através da plataforma Dialoga Ribeirão, e de sua chapa de vereadores.

O candidato petista vai enfrentar grande dificuldade na eleição deste ano, pois vai levantar sozinho a bandeira de defesa do governo Dilma, do legado dos últimos quatro mandatos nacionais, do próprio ex-Presidente Lula enquanto tenta convencer o eleitor de que tem um bom programa de governo para a cidade.

Para isso conta com a retomada do diálogo com os movimentos sociais e com os mais de 27 programas do governo federal vindos para Ribeirão Preto, como o Minha Casa Minha Vida e o PAC de Mobilidade Urbana.

Há lá dentro quem defenda uma agenda de campanha voltada para a periferia, para os mais pobres, devido ao grande ódio anti-petista existente hoje na classe média ribeirão-pretana.

Nos partidos menores, a novidade foi a filiação da Vereadora Viviane Alexandre no PSC, na presença do deputado-pastor Marco Feliciano e do pré-candidato pelo PDT Ricardo Silva. Ricardinho, que levou o vereador Rodrigo Simões para o seu PDT, ganha mais um partido em sua campanha e o PPS perde uma puxadora de votos em sua chapa.

PS: O PMDB continua sendo o PMDB, governista independente de quem seja o governo. A novidade é Baleia Rossi, bombardeado também pelo merendaço, surgindo em vídeo dizendo que o PMDB entregará todos os seus cargos nacionais. Baleia cumprirá a promessa depois da ida de Lula pro governo?

Em abril tem mais.

Ricardo Jimenez

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