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domingo, 27 de março de 2016

Impeachment sem provas é golpe e um assalto ao Brasil!


O processo de impeachment conduzido por Eduardo Cunha (que planeja colocar em votação num domingo!!) e apoiado pelos principais derrotados eleitorais da oposição, e pelo conluio midiático-judicial, caminha para ser o mais vergonhoso golpe político dos últimos 50 anos.

Todos, repito, todos os personagens do golpismo estão de alguma forma envolvidos em esquemas de propina, corrupção e sonegação fiscal, mas tocam em frente a tentativa de derrubada de uma Presidente democraticamente eleita por pura conveniência política e sem que haja uma única prova sequer de crime de responsabilidade.

O golpe deu seus primeiros passos no chamado 'mensalão', surgido em 2005, com apenas dois anos do governo Lula. Vejam vocês que a paciência da Casa Grande com governos de cunho trabalhista e popular é curta e de nada adiantam 'cartas ao mercado'.

Ali no mensalão tudo já estava armado: a figura do juiz justiceiro, a mídia disseminando o ódio e a oposição pronta para tomar o poder de assalto. O problema e o mote eram os mesmos: a podridão do financiamento empresarial de campanhas tratado de maneira seletiva, anti-petista. Só não contavam com Lula sentado na cadeira de Presidente, conduzindo a reação e a sua reeleição para um segundo mandato consagrador.

Mas a nacionalização de 200 bilhões de barris no pré sal e a eleição de Dilma em 2010 (e a eleição de Haddad em SP em 2012) criaram a necessidade de uma nova onda golpista. A narrativa começou a ser construída em 2013. Ali a Globo conseguiu montar a estrutura das marchas proto-fascistas, com o apoio ainda obscuro de forças internacionais que atuam abalando a política de países não-alinhados mundo afora.

O chamado 'petrolão', base para a conflagração da Lava Jato, repetiu o problema e o mote: a podridão do financiamento empresarial de campanhas tratado seletivamente contra um único alvo. o PT. O objetivo era tomar o Planalto de assalto já em 2014. Só não contavam com Lula que, recuperado do câncer, conduziu a reeleição de Dilma.

Desde a derrota em 2014, o golpismo investiu com tudo para derrubar Dilma e aniquilar Lula. Pois aniquilar Lula é condição fundamental para derrubar Dilma (vide o desespero de causa para impedir que Lula se torne ministro).

A Lava jato passou a cuidar do aniquilamento de Lula enquanto um movimento de impeachment -conduzido por Cunha (o homem de 9 contas na Suíça e que teve seus esquemas em Furnas bloqueados por Dilma) e por Aécio (o derrotado dono de contas em Liechteinstein e 8 vezes delatado na Lava Jato) - passou a cuidar da queda de Dilma.

Tudo devidamente apoiado pela grande mídia e pela FIESP, sempre ela, financiando seus proto-fascistas de estimação, com suas micaretas dominicais transmitidas ao vivo e suas hordas teleguiadas atacando gente de vermelho como touros enfurecidos.

Mas há problemas.

Não há crime contra Dilma! Não há provas contra Lula! O juiz xerife se mostra 'quase' fora de controle e os líderes da oposição estão até o pescoço atolados em corrupção.

Os arbítrios ilegais cometidos por Moro e a Lava Jato contra Lula (atingindo a figura da Chefe de Estado), o açodamento dos oposicionistas já discutindo abertamente a divisão do butim pós-Dilma e a onda neo-fascista que começa a incomodar o país denunciam o golpe, até internacionalmente.

Impeachment sem um crime definido é golpe!

Arbítrios cometidos por um juiz de primeira instância é quebra da ordem democrática!

 A conspiração política entre PSDB e PMDB para criar um governo paralelo enquanto ainda há no país um governo eleito é uma tentativa de assalto ao Brasil!

Michel Temer e José Serra querem assumir o governo e implementar uma agenda neoliberal monstruosa sem a legitimidade do voto! Entregar 200 bilhões de barris em jazidas para as multinacionais, acabar com a CLT, privatizar todas as estatais (incluindo Caixa Federal, Banco do Brasil e Petrobrás), eliminar programas sociais e instituir no país um Estado policial que passa a fiscalizar os adversários através de grampos e invasões de privacidade.

Como ensina Hanna Arendt, na banalização do mal, incautos e autômatos, massificados por uma mídia monopolizada, apoiam esse estado de coisa acreditando estarem lutando por algo justo, sem saberem que cavam a própria cova, entregando as chaves do país a um bando de traidores, entreguistas e corruptos.

A 'ponte para o futuro' acordada por PMDB e PSDB será sustentada na grana empresarial, que será constitucionalizada assim que eles tomarem o poder. É a recolocação do poder dos coronéis, deslocados do governo central em 2003.

E a Lava jato? E o Moro? Perguntará um incauto. O futuro do Moro se pode ver pelo presente de Joaquim Barbosa. E a Lava Jato será devidamente engavetada assim que o objetivo do golpe for concretizado. Ou a atitude de Moro de não investigar a lista da Odebrecht não sinaliza isso, hein?

É preciso lutar. Defender o mandato legítimo de Dilma é defender o Brasil contra o golpe. Defender Lula diante dos arbítrios da Lava Jato é defender o Brasil contra o golpe.

A legalidade continua a crescer, forças políticas e sociais se movimentam no Brasil e no exterior, a própria OAB que, como em 64, passou a defender o golpe, sofre um processo de racha advindo de seus membros advogados. Comitês anti-golpe se multiplicam pelo país e a Frente Brasil Popular  e a Frente Povo Sem Medo se fortalecem.

Ainda há luta pela frente e a democracia vale a pena.

Ricardo Jimenez

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