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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Qual projeto político é melhor para Ribeirão Preto

Existem várias formas de administrar uma cidade. Elas podem classificadas, [e existem várias formas de classificar], em técnicas ou participativas
.
Uma administração técnica pressupõe um projeto político elaborado por um grupo e que tem como lema o fazer pelos outros. Com isso quero dizer que essa forma de administração é cômoda para o gestor, pois parte do princípio que ele é o “salvador da lavoura” e que possui todo o saber necessário para a eliminação das dificuldades orgânicas existentes no município. Ela, para que tenha efeito, tem que prescindir da participação de agentes sociais, pois eles são passivos no processo de elaboração de políticas públicas. A gestão técnica também possui uma característica um tanto maquiavélica, pois, enquanto elaboração de um grupo, ela é a expressão de dominação intelectual, cultural e econômica desse grupo social.


Um projeto político que pressupões uma gestão desse tipo é aquele que “pinga” ações de melhoria nas periferias como forma de manter-se lembrada para as futuras eleições. Na maioria do tempo as comunidades mais carentes são esquecidas. O que pesa em uma gestão técnica é o custo benefícios político das ações. Se uma ação tem um impacto favorável ela será realizada, se tem um custo desfavorável ela será engavetada.

A outra forma é a gestão participativa. Nessa forma de gerir a cidade as prerrogativas são outras. Essa forma de administração parte da constatação local da necessidade das comunidades e da intervenção direta dessas localidades na construção de políticas públicas. Isso significa, na prática, que o gestor público deve executar ações que são sentidas como necessidades e não como custo benefício políticos. Assim, se uma comunidade percebe que ela o melhor a fazer é a construção de creche e não de uma quadra poliesportiva, por exemplo, o orçamento municipal deve prever essa reivindicação popular. Mas esse tipo de administração vai além das ações de infraestrutura. Ela altera a lógica da própria forma de administração pública, que passa da dominação hegemônica de um grupo de poder, que se mantém pelo poder econômico, para a formação cidadã de partícipes sociais de elaboração e efetivação de políticas públicas de afirmação para as comunidades excluídas das metas tradicionais de gestão pública.

É interessante notar que esse tipo de administração municipal dilui o poder dominante e o espraia nas camadas mais populares da sociedade o que fortalece nossa democracia. E isso é bom!

É bom porque ao exigir a participação efetiva dos moradores das comunidades, quer eles sejam da

zona norte ou da zona sul, se estabelece um processo de formação de consciência cidadã. Não há espaço para um “salvador da lavoura”. Só há um espaço público de participação que pode ser ocupado por qualquer sujeito pleno de direito. Outro ponto forte é de fiscalização direta da aplicação e destinação de recursos. Quanto mais participação popular houver dentro das gestões públicas, menor é a possibilidade de ocorrerem os desvios de condutas, roubos e outros desvios que sempre atingem os mais desvalidos da sociedade. Também impede a manipulação midiática e as ações publicitárias de criação de um “judas” político como causa de todos os males sociais e morais e uma administração.

Enfim, acredito que Ribeirão Preto necessita de uma administração de tipo participativa, para corrigir as distorções sociais existentes em nossa cidade. A corrida ao palácio Rio Branco já está em andamento. Em breve os partidos irão lançar ao público seus projetos políticos. Caberá a cada um estuda-los e lançar mão do que acredita ser melhor para nossa cidade.
O blog “O Calçadão” vai sempre apostar e defender uma gestão participativa, uma gestão que inclua os movimentos sociais, as entidades de classe, as associações de bairros, as minorias. Porque nossa cidade tem que ser para todos e todas e não para um grupo ou uma coligação.


Para aprofundar, recomento um vídeo, dividido em três partes, para que a gente aprofunde nossas discussões sobre o tema.






Fabio Soma - Filósofo e Pedagogo


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