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sábado, 6 de fevereiro de 2016

Debater a importância da Frente Brasil Popular!


A formação de uma frente ampla integrando as principais bandeiras progressistas e de resistência defendidas pelos partidos de esquerda, sindicatos e movimentos populares não é algo novo no Brasil. É sempre uma ferramenta de luta da qual se lança mão para defender em última instância os interesses nacionais e do povo trabalhador.


A atual construção dessa frente ampla chamada de Frente Brasil Popular se iniciou devido ao processo de golpe instalado pelas forças de direita apoiadas na mídia tradicional oligárquica a partir da vitória eleitoral de Dilma em 2014, a quarta vitória eleitoral seguida do campo de esquerda em nível nacional.

Com a bandeira primeira de defender a legitimidade dos 54 milhões de brasileiros que fizeram valer sua vontade em 2014, a Frente Brasil Popular evoluiu para o debate contra o ajuste fiscal imposto pelo governo Dilma, pressionado pelas forças do chamado 'mercado', contra a aliança PSDB-Eduardo Cunha (e seus 60 deputados fiéis) que tem imposto uma agenda regressista no Congresso Nacional e contra a parcialidade denuncista da investigação da República do Paraná apoiada nos vazamentos seletivos na mídia oligárquica.

Contando com a força dessa unidade, a Frente Brasil Popular conseguiu impor derrotas a Eduardo Cunha, fez o governo iniciar um recuo ao ajuste draconiano imposto por Joaquim Levy e barrou a agenda do impeachment que estava sendo liderada pelas forças políticas mais atrasadas do país.

A Frente Brasil Popular é formada por um tripé: partidos políticos (PT, PCdoB, líderes do PDT e até do PMDB, como o senador Roberto Requião), centrais sindicais (CUT, CTB e até setores da Força Sindical) e os movimentos populares (UNE, MST, Central de Movimentos Populares e outros).

É uma frente ampla e democrática, que dialoga entre si e resolve contradições internas para seguir uma agenda comum de consenso. A defesa da democracia, dos direitos sociais e trabalhistas e em defesa do real combate à corrupção são pontos em comum da frente. É um fundamental canal de fortalecimento para os amplos setores que realizam a luta popular no Brasil.

Bem estruturada em nível nacional, a Frente Brasil Popular busca se consolidar nos Estados e nos municípios. Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo se destacam regionalmente. A formação da frente nos municípios tende a ser mais lenta, devido à complexidade da realidade municipal, mas vem caminhando. No Estado de São Paulo, por exemplo, ela já se estrutura bem na capital e em Campinas.

Ribeirão Preto é uma dessas cidades onde a realidade política local dificulta um pouco a constituição da frente. Nos três atos realizados na cidade no ano de 2014 estiveram presentes o PT como partido, a CUT como central sindical e alguns movimentos populares importantes como o MST, a UNE/UPES/UJS, o movimento de moradia e de mulheres. É preciso ampliar o debate, mesmo com a dificuldade natural imposta pelo calendário eleitoral e a legítima postura política de cada força.

No próximo dia 27 de fevereiro ocorrerá a reunião do Fórum Permanente de Movimentos Populares aqui em Ribeirão Preto. O objetivo maior do Fórum é debater a cidade a partir da visão dos movimentos populares, dos mais amplos setores, do ponto de vista da democratização política e da inclusão social. É pretendida uma carta pública com as bandeiras políticas dos movimentos objetivando a inserção dos movimentos populares no debate eleitoral vindouro.

Mas a palavra permanente além de servir para a continuidade da articulação entre os movimentos para além do calendário político municipal, continuando a debater e intervir na política da cidade, também representa a necessidade de se debater no âmbito do Fórum as questões estaduais e nacional, como forma de dar rumo político aos debates e ao próprio Fórum.

Dessa forma, a Frente Brasil Popular não deve estar fora das discussões e das deliberações dos movimentos populares e lideranças que estarão presentes no Fórum Permanente de Movimentos Populares, de forma autônoma e democrática, com o objetivo de continuar a luta em defesa de um país com mais direitos coletivos, desenvolvimento e inclusão social.

Esta é a opinião do blog O Calçadão.

Ricardo Jimenez

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