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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Reforma Ministerial e o fator Lava-Jato: PMDB nervoso!


Dilma e seus assessores mais próximos finalizam a reforma ministerial mais difícil e importante dos últimos tempos. 

Além de servir para dar uma satisfação pública às cobranças da mídia e de líderes do PMDB como Renan Calheiros, apontando a predisposição de "cortar gastos", ela servirá fundamentalmente para rearticular sua base congressual e costurar os apoios necessários para barrar qualquer processo de impeachment e colocar, enfim, o segundo governo Dilma de pé.

A situação é delicada. Além de sacrificar ministérios importantes como Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, fundidos numa única pasta, causando desgaste em setores sensíveis da esquerda, Dilma tem de lidar com o fator PMDB.

Lidar com o PMDB em tempos de paz política já é complicado, imagina em tempos de crise, com um Presidente da Câmara hostil e com uma Lava-Jato midiática apontando seus canhões para os líderes peemedebistas, inclusive Michel Temer.

Não à toa, as modernas vivandeiras tucanas, aves agourentas, estão a buscar seduzir Temer a uma aventura golpista.

Taí um trio capaz de desestabilizar qualquer governo: Cunha, Renan e Temer. O primeiro buscando se safar da cadeia, o segundo e o terceiro enxergando na barganha tucana a chance de se verem livres de Moro, que já arma o bote nas investigações da eletronuclear.

Lula, após reunião com Dilma, entra em cena para dialogar com o PMDB. Boa notícia. A ruim é a permanência de Mercadante na Casa Civil (a custa de quais acordos eu não sei).

De qualquer forma, os tempos são de perdas para aclasse trabalhadora e os movimentos sociais. O governo acuado flexiona para a direita na aplicação de um ajuste fiscal recessivo e numa reforma ministerial para agradar sua base fisiológica.

O momento requer entendimento e ação política. Entendimento de que é preciso apoiar o mandato de Dilma para a defesa da democracia e do projeto nacional iniciado em 2003, mesmo este combalido, e ação política na perspectiva de unificar os discursos para o momento pós-crise, que virá, quando os rumos do governo voltarão a ser disputados, com vistas a 2018.

A espera dos próximos capítulos.

Ricardo Jimenez


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