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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O Calçadão e o Programa do PT


O Calçadão compartilha o programa político do PT, reafirmando nosso lado em defesa do governo Dilma como continuador do projeto iniciado por Lula em 2003 e com o firme propósito de defesa da democracia e da legitimidade do voto.

O povo brasileiro se expressou por quatro vezes através do voto e definiu a continuidade do projeto. O que deve ser respeitado por todos, da oposição ao próprio PT.

Em relação aos "erros" que o PT agora assume como forma de buscar o diálogo democrático contra posições golpistas, O Calçadão acredita que existiram erros, sim, mas eles não foram os mesmos a que se refere o PT, de ter desequilibrado a economia para manter a crise longe e justificando, assim, o "ajuste Levy". E muito menos coaduna com os "afagos" do ministro Mercadante ao PSDB.

Não. Achamos que se houve erro, o erro foi justamente o de abandonar uma política desenvolvimentista por falta de força política para enfrentar uma reação midiática iniciada quando Lula nacionalizou o pré-sal e Dilma derrubou os juros e buscou rever os contratos de energia elétrica para baixar as tarifas. E achamos que o PSDB, principalmente o PSDB aecista do Congresso, é o braço do golpismo e não merece nesse momento nenhum "afago".



Perdeu-se, num passado recente, o momento de aprofundar o debate, o diálogo com a sociedade e os enfrentamentos para avançar (debate, diálogo e enfrentamento que também não existiram no início desse segundo mandato. Um erro grave e que deu munição ao golpismo). Avançar para uma economia mais voltada para a produção e o emprego, e menos voltada para o financismo bancário. Era momento de enfrentar o debate acerca do endividamento e da política de juros.



Entendemos as dificuldades do governo Dilma e a sua guinada para buscar um armistício, mas reafirmamos nosso apoio com críticas e na convicção de que o caminho é outro, mas que para trilhá-lo é necessário acúmulo de forças para o enfrentamento, forças essas que o governo atual não tem. E não tem inclusive na sua bancada parlamentar que, com boas exceções, se mantém entregue e sem poder de reação.



Há um forte descompasso entre a vontade de luta da militância e dos progressistas e a letargia de algumas lideranças. As forças progressistas jamais se curvarão a alguém da estirpe de um Eduardo Cunha, jamais pactuarão com a Globo, jamais aceitarão um processo sumário de pré-julgamento e condenação vindo de setores reacionários que se pautam por investigações midiáticas e seletivas de setores dissidentes da PF e do Ministério Público.

Parece que os gritos aqui em baixo não se refletem nos deputados, nos senadores e nos ministros.

O movimento programado para o próximo dia 20 ficou ausente do programa do PT. Um erro. É momento de dar as respostas. A bancada parlamentar não pode ficar assistindo a movimentação golpista de Cunha com relação ao julgamento das contas do governo pelo TCU (mais um assunto ausente do programa).



Portanto, somos Dilma, defendemos o legado do PT e do governo, mas atuamos para reunirmos uma frente de esquerda que tenha forças para barrar o golpe, enfrentar o discurso na sociedade e dar ao Brasil um rumo popular, com soberania e enfrentando o poder do capital e os inimigos do povo. Um projeto de país construído por forças políticas autônomas, ligadas às camadas populares e ao movimento de massas, capazes de seguir em frente sem a necessidade de dividir poder com o fisiologismo político. Uma unidade que busque práticas menos burocratizadas e mais dialogadas com a sociedade. Uma aliança de forças que tenha claro a necessidade de se construir canais de comunicação, que passa por uma reforma de mídia. Pela construção de um projeto soberano de país.



Somos Dilma, mas somos a Dilma que levou, com seu discurso e suas posturas, 54 milhões de brasileiros a dizerem não para a hipocrisia e sim para o Brasil em outubro de 2014.

O Calçadão.

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