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terça-feira, 14 de julho de 2015

"Não sobrará pedra sobre pedra" - Dilma

O tensionamento das relações políticas que se iniciou na campanha eleitoral está prestes a encontrar seu desfecho.

A clara e notória aliança de setores políticos e midiáticos para desestabilizar e depor a Presidente eleita segue seu curso sem ter na verdade muita certeza do que restará quando e se a corda esticar além do limite.

O jogo oposicionista e midiático brinca de criar um Estado dentro do Estado insuflando setores da polícia judiciária federal e da própria justiça contando com a complacência de um Ministério da Justiça com claras dificuldades de se impor. O exemplo mais óbvio da fragilidade do Ministério é o do policial federal que treinou tiro ao alvo com a foto da Chefe máxima da nação e que continua a exercer suas funções tranquilamente.

Tirando um eco de reação aqui ou ali, vindos da OAB, dos blogs progressistas e dos advogados ligados aos processos, toda uma esquerda e uma ala progressista da sociedade enxerga a tudo passivamente como a esperar uma reação consistente do governo e do PT. O próprio STF, que tem em seu bojo ministros para todos os gostos, está em compasso de espera para definir as questões que chegarão até ele.

Muitos esperam com tensão o mês de agosto e perguntam: "o que teremos após agosto?".

Tenho a impressão que muitos subestimam a democracia brasileira pós ditadura. Não somos uma republiqueta e toda a costura política e social realizada nos últimos 30 anos pode ser bem mais resistente do que alguns imaginam.

Às vezes, em momentos de intensa crise, as soluções surgem no ferver da luta e acho que tanto o PT quanto a oposição que ainda mantém um fiapo de responsabilidade sabem disso.

No decorrer desse enfrentamento que envolve instituições e apesar da seletividade dos vazamentos de cunho político midiático que se mantém na tal Lava Jato, há respingos para todos.

O próprio candidato derrotado que encabeça o movimento proto-golpista é pela segunda vez citado nominalmente nas investigações do Paraná. O senador que foi seu vice na campanha também foi citado. Os presidentes das Casas do Congresso idem. Até mesmo o TCU, onde se gesta uma tal "bala de prata do golpe", na relatoria de um ex-deputado do DEM com um passado cabuloso no caso chamado "pedaladas fiscais", foi atirado no olho do furacão das delações do senhor Moro.

Em certa altura dos acontecimentos, em outubro de 2014, a Presidente Dilma soltou essa: "que se investigue tudo. Não sobrará pedra sobre pedra". Como a própria Dilma já afirmou algumas vezes, ela é uma resistente. O deixar correr dos acontecimentos pode tornar realidade a sua frase, mas com uma coisa de pé, a própria Dilma.

Não havendo nada que a incrimine pessoalmente em ilícitos não haverá barulho ou turbulência que a derrube. As tais balas de prata podem se revelar um nada, porque como justificar que a doação da UTC para Dilma é diferente da fornecida a Aécio? Como dizer que o exercício contábil de Dilma é diferente do realizado por FHC?

Vou aqui arriscar algo. Tomara que esteja certo. Após agosto, realmente as pedras podem estar todas desarrumadas com apenas uma delas magra e altiva com a cabeça em pé e com três anos e meio de trabalho pela frente: Dilma, a que resiste.

Ricardo Jimenez

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